Elisa Frota Pessoa, nascida Elisa Esther Habbema de Maia no Rio de Janeiro, em 1921. Em 1935, enquanto cursava o ensino médio, entusiasmou-se pelas aulas de ciência e começou a pensar em fazer o curso superior de Engenharia, carreira que naquela época não era admitida como adequada às mulheres. Com o apoio de muitos de seus professores, ingressou e graduou-se em Física em 1942 sendo, juntamente com Sonja Ashauer, que se graduou no mesmo ano na USP, a segunda mulher a se formar em Física no Brasil. Mesmo antes de graduar-se, ainda no segundo ano do curso, foi chamada pelo professor Costa Ribeiro, que reconheceu seu talento para a física experimental, para ser sua assistente. Trabalhou sem receber salário até que em 1944, foi contratada para lecionar na FNFi.
Elisa fez parte do grupo de pioneiros da física brasileira, que se graduaram no início da década de 40. Com eles conviveu e desenvolveu sua bem sucedida carreira de física experimental. Entre 1942 e 1969, Elisa teve uma história de sucessos pessoais e participou ativamente das lutas para vencer o preconceito contra o trabalho da mulher, assim como o pequeno interesse da sociedade pelo desenvolvimento da ciência.
Em 1949, foi uma das fundadoras do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Em 1950, publica com Neusa Margem o primeiro artigo de pesquisa da nova instituição: “Sobre a desintegração do méson pesado positivo”. Esse trabalho obteve pela primeira vez resultados que apoiavam experimentalmente a teoria “V-A” das interações fracas.
Em 1965, Elisa juntou-se a tantos outros acadêmicos e cientistas importantes na experiência inovadora da Universidade de Brasília; acabou aposentada pelo AI-5 em abril, de 1969, quando lecionava e pesquisava na USP. Trabalhou em universidades europeias e norte-americanas, contribuiu para a formação de dezenas de físicos brasileiros. Recusou-se a pedir anistia, mas em 1980 voltou para trabalhar no CBPF, onde permaneceu até sua aposentadoria compulsória em 1991. Foi nomeada professora emérita e continuou no instituto até 1995.
Fonte: CNPq: Pioneiras da Ciência no Brasil, edição 1.