Carmem Portinho nasceu no Mato Grosso do Sul, em 1903 e logo cedo foi para o Rio de Janeiro. Participou ativamente do movimento feminista, lutando desde 1919 junto de Bertha Lutz e outras mulheres pelo direito ao voto. Foi uma das fundadoras da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. Esteve à frente das lutas femininas pela conquista da cidadania nas décadas de 1920 e 1930, batalhadora incansável pela igualdade entre mulheres e homens.
Carmem foi a terceira mulher a se graduar em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da antiga Universidade do Brasil, no ano de 1925. Foi também uma ativista pela educação e pelo reconhecimento do trabalho feminino fora de casa. Assim, em 1929, Carmem, junto com outras mulheres universitárias, fundaram a União Universitária Feminina, entidade dedicada a incentivar as mulheres no mundo do trabalho.
Fez uma brilhante carreira profissional. Ao colar grau em abril de 1926, Carmem foi nomeada engenheira-auxiliar pelo então prefeito do Distrito Federal. A nomeação foi provavelmente motivada, segundo o seu depoimento, por ser a única mulher na turma. Carmem fez uma proposta ao prefeito do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, de criação de um Departamento de Habitação Popular. Dessa maneira, tornou-se uma das responsáveis pela introdução do conceito de habitação popular no Brasil, uma vez que, as desigualdades sociais brasileiras faziam com que a moradia também fosse um problema grave na própria Capital Federal.
O movimento feminista, como homenagem a sua luta em prol das mulheres brasileiras, por meio do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher convidou-a, entre outras mulheres, em 1987 para entregar ao presidente da Câmara Federal deputado Ulisses Guimarães, a Carta das Mulheres aos Constituintes com as reivindicações das mulheres à nova Constituição.
Ao longo de sua carreira Carmem trabalhou em grandes construções como o conjunto residencial ‘Pedregulho’ no bairro São Cristóvão, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a Escola Ricardo de Albuquerque e a Escola de Desenho Industrial (depois incorporada a UERJ). Carmen faleceu em 2001, aos 98 anos.
Fonte: CNPq: Pioneiras da Ciência no Brasil, ed. 2.